CRESCE DEMANDA MUNDIAL POR PELO DE CAMELO, CINTOS DE COURO, GAFANHOTOS E MEL SILVESTRE

Segundo Jesus nenhum dos nascidos de mulher foi maior que João Batista, homem que a excêntricidade profética lhe vestia com pelos de camelo, cinto de couro e o alimentava de gafanhotos e mel silvestre. A vida de João, sua mensagem e trágica morte é reflexo fiel de um cenário maior que se manifestará na última batalha entre o mundo secular é a fé dos remanescentes em Cristo.


A história da execução de João Batista por Herodes Antipas aponta para o fato de que a religião e a política se cruzarão de forma inevitável e letal nesses últimos dias. 

No ano 23 dC, Herodes Antipas, governador da Galiléia e Perea, destituiu sua esposa para se casar com Herodias, mulher de seu irmão, que também era sua sobrinha. A lei judaica proibia o casamento entre irmãos em Levítico 18:16. No início de sua pregação em Perea, João sabia que era seu dever corrigir a Antipas pois o governante de um Estado judeu deveria fornecer um bom exemplo e casar-se com sua prima eposa de seu irmão era inaceitavel. Antipas não podia fazer nada para parar João enquanto este estivesse na Judeia ou Samaria fora da jurisdição de Antipas, áreas sob o controle romano direto. Somente quando João foi para a Galiléia que ele se tornou vulnerável.

João viu suas críticas contra Antipas a partir de uma perspectiva espiritual, a palavra de Deus havia sido quebrada. Para Antipas, no entanto as críticas de João lhe traziam um perigo político. Antipas tinha todas as razões para temer que os discursos sobre seu casamento com Herodias trouxesse desiquilibrio para seu governo na Galiléia em um momento em que ele precisava ter o povo completamente do seu lado. 

Flavio Josefo descreve a situação em detalhes. A esposa destituída por Antipas era uma princesa Nabateana, filha de Aretas IV de Petra. Seus espiões a tinha informado da intenção de Antipas de se divorciar dela. Antes que ele estavisse ciente de que ela sabia de seus planos, Antipas deu-lhe permissão para visitar a grande fortaleza no palácio de Macherus na parte sul de Perea com vista para o Mar Morto. Com a ajuda das tropas de Aretas, ela fugiu para o outro lado da fronteira, para a Nabatea e se reencontrou com seu pai. 

O insulto à honra da família real Nabateana era intolerável, e ficou claro para todos que Aretas iria procurar vingança. A única dúvida era quando e onde. Para evitar uma invasão Nabateana ao seu território em Perea, Antipas mudou-se para o sul da Galiléia, para Macherus. Foi quando ele prendeu João Batista por criticar seu casamento com Herodias. Ele não podia permitir que João ficasse solto na Galiléia, enquanto ele próprio estava na Perea enfrentando a ameaça Nabateana, por isso trouxe seu prisioneiro com ele para Macherus. Em algum momento em Macherus, Antipas decapitou João, a pedido da filha de Herodías, Salomé (Mateus 14:6-10, Marcos 6:21-28).

Aretas utilizando uma disputa antiga de fronteira como pretexto iniciou a guerra que ele ganhou com facilidade. Antipas retornou para a Galiléia, a lamber suas feridas entre uma população que atribuia sua derrota militar à execução de João Batista. 

A historia de João se aplica a realidade dos nossos dias tanto na pespectiva espiritual quanto politica. Um sociólogo secular veria nosso atual período na história como apenas outro cíclo em que forças sociais e econômicas conspiram para provocar uma enorme agitação político e econômica global. 

João era o profeta dos últimos dias para aquele estado Judeu. Ele era a voz que clamava desde o deserto para o arrependimento de uma nação corrompida por um governo corrupto, por um sacerdócio apóstata, pelo constante assédio do paganismo grego-romano, por agitações politicas que dividiam a nação, e pelo surgimento de mágicos, falsos profetas e falsos messias. Aquele era um povo carente de salvação. 
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;" (Malaquias 4:5) 
O cenário politico e espiritual de Israel nos dias de João é semelhante ao cenário politico e espiritual do mundo nesses dias porém com um agravante social comum, a sociedade atual acredita que sua missão é apenas aliviar o sofrimento humano em termos meramente físicos e politicos. 

Portanto a 'voz que clama no deserto' por arrependimento anunciando a vinda do Reino de Deus faz tremer os alicerces do inferno. A mensagem de João confrontou a uma sociedade que acreditava que seus problemas eram causados pela ocupação politica e militar romana. Os romandos não eram o problema mas a consequência da apostasia daqueles dias. Semelhantemente a sociedade atual que atribui seus problemas aos desequilibrios sociais dever ser confrontada com uma mensagem de arrependimento para com Deus. 

As alianças politicas do templo com os romanos pelos herodianos falharam assim como as alianças politicas evangelicas-socialistas também falharão. As massivas liturgias religiosas perpetuadas pelos saduceus no templo e sinagogas falharam assim como falharão também as campanhas e cruzadas de vitória e prosperidade. As ações sociais, as esmolas e ofertas dos fariseus falharam assim como também falhará toda obra social perpetuada pela igreja ou através da igreja. Somente a mensagem do arrependimento clamada pelos remanescentes poderia suprir a demanda moral e espiritual dessa sociedade de nossos dias. 

O Anticristo será exibido no momento em que toda revolução global, política, social e econômica houver fracasssado, quando as útopias de esquerda e os sonhos da direita forem completamente destruidos. As pessoas irão acreditar que ele, o Anticristo será o único capaz de resolver a esses problemas aparentemente insuperáveis. 

A queda dramática de muitos ditadores nos últimos anos, juntamente com o desaparecimento de pespectivas de um futuro para outros ditadores, tem levado alguns a se perguntar se a queda dos ditadores é uma preparação para a ascensão do Último Déspota. A Bíblia indica que um personagem central irá surgir no mundo em algum momento. 

Ele será carismático e afável, hipnotizará multidões em todos os lugares. Mesmo povos em desacordo uns com os outros se unirão para segui-lo. Ele ganhará aprovação mundial pela sua enorme capacidade de se identificar com as pessoas de todas as religiões e as de nenhuma religião. Os cristãos irão também amá-lo pelo seu cristianismo liberal manifesto por uma tolerância a todas as diferenças. Mas ao receber a adoração das massas que ele revelará o seu verdadeiro caráter e intenções. 

Como os eventos atuais se desdobram, os remanescentes precisam estar vigiando. Hoje mais e mais cristãos atribuem a salvação ao bem estar terreno. O céu é o inferno são aqui mesmo, dizem. Grande parte dos cristãos acreditam que a missão da igreja é somente aliviar o sofrimento humano em termos meramente sociais. Assim também pensavam os Saduceus nos dias de João. 

O crescimento de tais crenças liberais juntamente com a queda dos ditadores me dá a certeza que estamos vivendo os dias de João Batista, os dias de Elias profetizados pelo profeta Malaquias. Éste é de fato um tempo para nossa preparação. Um vácuo na liderança mundial está sendo criado para ser preenchido pelo Anticristo. Os dias já estão contados mas a mensagem de arrependimento a ser pregado pelos remanescentes da Igreja ainda é tímida e fraca diante da enorme demanda espiritual desse últimos dias. 

A voz profética que clama pelo arrependimento do povo precisa ser ouvida desde todos os lugares. É tempo de evangelizar de porta em porta, nas feiras, nas escolas e faculdades, nos asilos e hospitais. Não esperemos por cruzadas ou organizações, abramos nossa boca hoje, pois Aquele que convence o homem do pecado, da justiça e do Juizo está conosco até a consumação dos séculos que já pode ser avistada no horizonte da história dessa geração. 

Ore, vigie, pregue o evangelho do arrependimento e prepare-se para encontrar com o Juiz de toda a terra. 

Wesley Moreira