A FACE DE UM FALSO DEUS NA MOEDA

1 denário. moeda apresentada a Jesus
Julio César foi o primeiro imperador romano a ter sua face cunhada em uma moeda, privilégio que era reservado somente para os deuses. Júlio César cruzou essa fronteira e abriu caminho para abusos dos imperadores que vieram depois.

Roma como sociedade era governada por um comitê. Esta era uma tradição com origens tão profundas que antecederam o nascimento da própria Roma. A política era uma questão de discussão, de debate, de acordo de um grupo sobre as melhores soluções. O governo romano era originalmente baseado em concessões entre grupos.

Júlio César cometeu um erro crítico ao se declarar imperador e mais ainda ao se declarar deus.um ato tão desrespeitoso à nação, à tradição e ao povo que foi positivamente chocante. O poder alardeado por esta atribuição arbitrária do próximo imperador causou uma série de problemas sérios aos olhos do Senado:

César não somente se declarou deus; ele agiu como um. Em Roma, isso deve ter sido assustador para o governo existente. O dia em que Júlio César marchou contra Roma foi o dia em que se começou o planejamento de seu assassinato. Este foi o seu legado. O confronto entre um imperador e um governo governado por um grupo de homens, cujo nenhum membro sendo supremo entre eles, nunca foi resolvido. Quando Roma se fragmentou e o império foi perdido, esse conflito ainda estava no coração de Roma.

Otávio manteve a imagem de César nas moedas e continuou a declara-lo divino após sua morte para que ele próprio pudesse reivindicar essa divindade com imperador, e o fez assim com todo o imperador após Cesar.

"Nunca derrube uma cerca antes de saber o motivo pelo qual foi colocada." - G. K. Chesterton

Mais tarde, no ano 10 AD, dias da infância de Jesus, o imperador Augustus decretou um culto imperial em Roma que identificava imperadores e alguns membros de suas famílias mortos ou vivos como deuses. A linha cruzada por Júlio César estava agora sendo abusada, já não havia mais limites para quem se considerava um deus, os limites são para homens. Após Júlio César se declarar deus todos os imperadores que o sucederam fizeram o mesmo e abusaram do seu poder para inclusive perseguir a Igreja de Jesus.

Júlio César veio a ser assassinado em 44 BD, mas moedas com sua face continuaram a ser cunhadas e circulavam por todo o império, essas moedas eram tão comum que podem ser encontradas até o dia de hoje de maneira não rara entre colecionadores ou historiadores.

"De quem é esta efígie e está inscrição?
Disseram: De César.
Então lhes disse Jesus: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus."
(Mateus 22:20,21)

O povo que o ouvia sabia exatamente ao que Jesus se referia quando perguntou sobre a efígie (face na moeda), o povo entendia que carregavam em suas bolsas para comprar e vender uma imagem em forma de moeda de um homem se fez como deus. Jesus não estava defendendo o pagamento de impostos ou submissão a Roma ou a qualquer governo, Jesus estava distinguindo entre o verdadeiro Deus e homens que se fazem como deuses. Jesus pediu aos seus interrogadores que apresentassem uma moeda a fim de demonstrar a eles que, confiando no poder aquisitivo das moedas eles já haviam admitido que de fato do imperador era o seu deus e que, portanto, deveriam se submeter ele.

No entanto o usar das moedas em ter nelas a confiança para o sustento de sua vida nos faz submissos a Deus. O fato é que não há neutralidade nesse aspecto, a nosso confiança determina a quem adoramos e a quem nos submetemos para servir.

Jesus não respondeu com um "sim" ou um "não" sobre os impostos, ele sutilmente derrubou César de sua suposta posição divina, por tanto ao homem César (ou qualquer em posição de imperador) dá-lhe o que se lhe deve, mas ao verdadeiro Deus o que lhe é devido. Em outras palavras: Em quem confiamos para sobreviver, a esse nos submetemos, portanto, o justo é dar-lhe a este o que lhe é devido, seja um deus o verdadeiro Deus.

Essa mensagem é similar ao ensino de Jesus em Mateus 6:24; Lucas 16:13

Wesley Moreira