QUAL ERA A APARÊNCIA DAS MULHERES DA FAMÍLIA DE NOÉ?

Em seu comentário sobre Genesis 8:4 os tradutores e estudiosos Samuel Bray e John Hobbins comentam sobre o equívoco de apontar o Monte Ararat como possível local de descanso da Arca de Noé, na verdade o monte hoje identificado como   Ararat   recebeu   esse  nome depois que tradutores bíblicos equivocadamente apresentaram esse como um nome próprio seguindo a tradição católica. 

Em outras palavras desde que o nome Ararat foi apresentado como nome de um monte, busca-se identificar a localização desse monte, e tradiconalmente o monte apontado hoje como Ararat recebeu a honra por tradição. Porém os historiadores Berossus, Hieronymus, o Egípcio, Mnaseas e Nicolaus de Damasco estão de acordo com o que também Flávius Josephus escreveu em suas "Antiguidades dos Judeus", de que a arca descansou no topo de uma certa montanha na Armênia, mas sem nomearem um monte espécifico. 

Na Vulgata Latina, Jerônimo traduz Gênesis 8: 4 como: "requievitque arca... super montes Armeniae" (e a arca repousou nas montanhas da Armênia); mas tempos depois por ocasião do Concílio Vaticano II a Nova Vulgata identificou o monte com o nome próprio de “Ararat” e a tradição foi estabelecida. Porém Samuel Bray e John Hobbins em seu ótimo livro [1] Genesis 1-11 for Readers, Scholars and Translators fazem o seguinte comentário “a palavra no texto não se refere a uma montanha ou cordilheira, mas a uma terra, a antiga terra de Urartu, que é o nome dado as antigas tribos que ainda vivem na região hoje conhecida como a Armênia. 

Meditando sobre o fato de que o texto menciona Urartu e não Ararat me fez lembrar de um artigo da publicação cientifica Current Biology em 2017 sobre o povo Romeno cujo resultado de pesquisas apresentam as mulheres armênias como tendo o mais puro material genético entre as mulheres do planeta, em outras palavras, seu DNA quase não sofreu modificações nos últimos 8.000 anos, esse estudo foi concluído por um grupo de cientistas da Rússia, Armênia e Dinamarca ao analisar o genoma mitocondrial (mtDNA) da população que vivia na região onde segundo as escrituras foi o local de repouso da Arca. A reportagem afirma: 
[2] Um grupo de cientistas internacionais, formado por especialistas russos e armênios, analisou os genomas mitocondriais dos restos mortais de 52 pessoas que viviam nos territórios do que hoje é Armênia e Nagorno Karabakh - também conhecido como Artsakh. O estudo abrangeu um período de cerca de 8.000 anos (de 7.811 a.C. a 300 a.C.). Além disso, especialistas em genética estudaram 206 genomas mitocondriais de armênios contemporâneos. Enquanto a pesquisa era mais representativa, os especialistas também analisavam o DNA de 482 pessoas de cidades vizinhas. A conclusão é que o genoma dos antigos armênios não continha haplogrupos comuns entre os turcos e mongóis. Como os autores do estudo explicam, isso só foi possível devido a fatores geográficos (áreas montanhosas da Armênia) e diferenças culturais. Apesar das mudanças culturais que o Cáucaso do Sul sofreu nos últimos 8.000 anos, a população local não sofreu nenhuma transformação genética. Isso significa que as mulheres armênias, do ponto de vista genético, não diferem de seus ancestrais, diferentemente das populações de outras regiões, como as da Europa Central, que sofreram mudanças significativas em seu genoma.” 
As famílias dos descendentes diretos e imediatos de Noé, que decidiram permanecer vivendo perto do local de repouso da Arca e não migraram para outras partes do planeta, mantiveram a herança genética da família dos personagens bíblicos em questão, seus antepassados diretos. Portanto quem quiser saber qual a provável aparência das primeiras famílias que sobreviveram ao dilúvio de fato, das mulheres da região de Urartu, observem as imagens abaixo.






Wesley Moreira

[1] Genesis 1-11: A New Old Translation For Readers, Scholars, and Translators 1st Edition by Samuel L. Bray (Author), John F. Hobbins (Author)
[2] Current Biology: Eight Millennia of Matrilineal Genetic Continuity in the South Caucasus (REPORT| VOLUME 27, ISSUE 13, P2023-2028.E7, JULY 10, 2017)