SE URSINHOS COALA VÃO PARA O CÉU, IRÃO AS SUCURIS AO INFERNO?

Movidos pela onda do ecologismo, teologos progressistas estão desenvolvendo e popularizando a Teologia Animal, uma doutrina que ensina que os animais possuem uma alma eterna e remove da fé cristã qualquer doutrina que posicione o homem acima do restante da criação. 

À semelhança da “Teoria da Mediocridade” de Copérnico, que alega que a terra é um planeta comum e sem posição privilegiada no sistema solar e no universo, a teologia animal busca persuadir a igreja de que o homem nada mais é que um animal, não possuindo privilégio algum diante de Deus nem mesmo acima de uma barata ou uma lesma.

O primeiro passo é aparentemente o mais inofensivo, convencer a igreja que os animais possuem uma alma eterna, o segundo que depende do primeiro é, nivelar homens e animais ao mesmo nível, seja pela espiritualização dos animais, divinação da natureza ou pelo rebaixamento do homem a um grau inferior. Completa essa estratégia gramsciana, a igreja estará sujeita ao ecologismo, a versão moderna do culto à mãe terra e a mãe natureza.

Teorias semelhantes fizeram parte da historia do cristianismo. O monge franciscano Antonio de Pádua pregava para os peixes, o próprio São Francisco de Assis pregava para os pássaros e Santa Brígida de Kildare da Irlanda é a padroeira das Vacas, mas teoria animal só veio a ganhar status teologico a partida da igreja Bible Christian Church, fundada e dirigida pelo pastor William Cowherd na Inglaterra em 1809, baseando se em Genesis 1:29-30 requeria que os candidatos a membros assinassem um documento de comprometimento a uma dieta vegetariana por amor aos animais como obra indispensável para a salvação.

Andrew Lynzey, PhD, DD, HonDD é  professor de Teologia Animal na Universidade de Winchester, e tem dedicado sua carreira para a espititualização dos animais, Lynzey entende que o nascimento de Jesus em um estábulo cheio de animais é uma providencial profecia que aponta para a salvação dos mesmos. Conhecido como o “padre dos animais”, James Tompson que a sí mesmo se considera um profeta para os bichos, afirma que os animais têm alma eterna e quando morrem continuam a existir e também que o homem pode pecar contra os animais e perder a sua salvação no processo.

O teólogo Carlo Molari que por muitos anos foi professor de Teologia na Universidade de Urbino vai mais além dizendo que os homens e animais compartilham a mesma essência espiritual, em suas palavras: “os animais vieram a existir por causa da ação direta do "sopro" de Deus o que significa que os animais, assim como o homem possuem a mesma centelha divina e qualidade da alma. E, portanto, não são seres inferiores ao homem." Outros teologos enfatizam que em Marcos 1:13 Jesus ensina que os animais e o homem tem o mesmo valor diante de Deus pois “nem mesmo um pardal é esquecido”, e ainda outros preferem usar Isaías 11:. 6-9  e Romanos 8:22-24.

A historia nos ensina que qualquer texto das escrituras pode ser torcido segundo a conveniencia de qualquer ideia. Quando escolho a palavra “conveniencia” aponto para o gordo e promissor mercado regado a dinheiro público e privado ligado à ideologias de cunho esquerdista. Os ativistas pelos direitos dos animais recebem anualmente milhões de dolares de diversos governos no mundo. Simpatizantes doam para à causa mais que para o combate ao cancer, HIV ou o combate a fome e consomem incansavelmente os produtos ligados à causa sejam estes livros, dvd’s, cd’s, camisetas. A PETA recebeu em doações ano passado mais de 35 milhões de dolares, mais dinheiro que o Childhood Cancer Research que se dedica a salvar crianças com cancer. Também assim como acontece com Astronomos, Antropologos, Sociologos, os Teologos encontram mais oportunidade de trabalho em universidades e instituiçoes governamentais quando defendem causas de cunho esquerdista.

Os escritos de Paulo, o mais citado e menos entendido dos apóstolos, sempre foram alvo de distorções mesmo nos dias de Pedro que em sua segunda espístola 3:16 afirma: "como também em todas as suas cartas, falando nelas dessas coisas nas quais há pontos difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis ​​distorcem, como fazem também com o resto das Escrituras, para sua própria destruição.” 2 Pedro 3:16. Entendo que se Pedro chegou ao ponto de citar o fenômeno em uma de suas cartas é por que este acontecia com certa frequência.

Outro dia em entrevista a uma revista evangelica, um líder evangelico justificou sua doutrina marxista citando Karl Jaspers "nenhuma filosofia do Ocidente foi desenvolvida sem que a Bíblia fosse o pano de fundo”.  Na verdade as filosofias ocidentais sempre “instrumentalizaram” a Bíblia para seus fins, até o Nazismo quando teologos como Emanuel Hirsch que maravilhado com o socialismo nacional de Hitler comparou o surgimento da Alemanha Nazista com a ressurreição de Cristo e Paul Althaus que comparava a ascensão de Hitler a "um dom e milagre de Deus” para ele Hitler era o equivalente a Martinho Lutero e Jesus Cristo por suas ideias de justiça social. Sim a metáfora de Karl Jaspers só é verdadeira no sentido de que a Bíblia como "pano de fundo" ocupa um lugar secundario, fora de destaque, se tornando apenas uma justificativa moral à tudo aquilo que é imoral, desde a teologia da prosperidade até a missão integral, faces opostas da mesma moeda.

Se os inofensivos ursinhos coala se "coalificam" para ir morar no céu, irão as malvadas sucuris ao inferno? Não se preocupe em responder... os teologos progressistas tampouco acreditam que há um inferno.

Wesley Moreira